18 outubro 2008

Olhos Vazios

Profundo vazio preenche lacunas em um branco pálido que emana de seus olhos, revelando toda a desesperança de um guerreiro abatido nas entrelinhas do cotidiano em que se deixou sufocar pela derrota de um sonho estilhaçado que foi ao chão.
Fracasso árduo que paralisou os menores e melhores sonhos e fez os grandes nunca mais existirem.
Às vezes perdido a vagar por paredes, geralmente rente ao chão, parece até que esses olhos tão vazios vão se encher tão somente de lágrimas, quando o que procuram na imensidão do nada, é apenas alguma explicação que lhe redima de tantas culpas a se infiltrarem nas entranhas de sua alma.
Esses olhos, mesmo quando tentam celebrar um sorriso, nesse mesmo rosto que os abrigam, timidamente sucumbem ao carregado cansaço que se abateu pela frágil vida. A vida que recebeu e parece ser ignorada em dias que corroem sua estranha existência, que se transformou em uma pesada pena a ser cumprida perpetuamente, fazendo todos os dias iguais, um fardo a ser carregado.
Quantas coisas deixadas para trás por esses olhos que preferem ignorar sonhos, esperança e a vida que das melhores maneiras esteve esperando para levá-los a caminhos jamais percorridos pelo medo e pela decisão de viver apenas observando a paisagem sem jamais ter a coragem de tocá-la ou experimentá-la.

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