12 dezembro 2014

Aqui se é de bem!

Flutuou...
Como folha no vento
Sem o chão por um tempo
Vagou...
Pelo espaço, num momento
Tremendo por dentro
Num reflexo intenso
Onde o ar faltou
E o clarão de mil raios
Clareou...
E mostrou o argumento
Queimando inteiro o que restou
Sem deixar nenhum alimento
Para o mal ou  intento
Que se pensou
E foi pra longe...
Pra onde se demandou

03 novembro 2014

A morte

Sobre a morte...
Ela não é triste
É um adormecer sereno
Para despertar num outro lugar
É uma pausa, um intervalo
Físico e espírito se despedem, se separam
A alma é imortal
Mas a ausência deixa saudade...
E essa jamais morre
Não pode se transformar em dor
Apenas naquela sensação
De se pegar sorrindo, em lembranças
E é sempre difícil dar adeus
Então, apenas entregue quem partiu
Com um até breve!!!!

06 julho 2014

Camisa de Fraqueza

Psicose, alienação
O medo não engana nenhuma emoção
Pânico, euforia, agitação
Taquicardia acelerando o coração
Química controladora
Administra tanta frustração
Prejuízo a uma mente já sem direção
Terapias, muitas manias
Entre normalidade e obssessão
A mente já não esconde tanta alienação
E ninguém entende a tristeza
A não ser quem já a sentiu sem a razão
E os dias passam cinzas mesmo com o azul no ar
São só lágrimas disparadas para nublar
Angústia, sem cerimônia veio visitar
A alma que ainda teima em lutar
Alegria, vem aqui para dar sua mão
Ergue o corpo tão inerte do chão
Hoje está acabando novamente igual
Quem sabe amanhã não haja mais tanto mal
E apenas o  que mudou volte ao normal
E assim seja, ponto final!

04 julho 2014

Alienado

Bom dia o mundo já acordou
Só você que não notou
Aquele ontem já passou
E você se acovardou
Alienado, não sabe de nada
E nem quer saber
Alienado, o sistema
Não quer mais você

Não contribui, nem influi
Não corre nem anda
Não dá, não retribui

Alienado, cercado de nada
Por todos os lados
Alienado, ilhado, inexistente
Ainda vai ser desmascarado

Todos te veem, ninguém nem entende
Essa sua inércia nem surpreende

Alienação em massa
No meio de tanta desgraça
Tanta gente sem opinião
Mas você nem disfarça

A nação anda pelo chão
Cheia de alienados sem imaginação
Alienado, invisível e sem noção
Desintegrou-se em tanta abominação

Derrotista

De zero a mil, sempre no fim da lista
Não precisa nenhuma pista
Derrotista, derrotista
Dia após dia nenhuma conquista

Nem um emprego não consegue
Desistiu, nem quer tentar
Derrotista, derrotista
Prefiro nunca te encontrar

Todos fogem de você
Já nem querem te escutar
Derrotista, derrotista
Tá na hora de se aposentar

Nem auto-piedade vai te salvar
Ta na hora de acordar
Derrotista, derrotista
Ou é morrer ou se matar!!!

29 março 2014

Vícios

Absurdos delirantes
Químicos pulsantes
Impostores farsantes
Protagonistas e coadjuvantes
Prazer inebriante
Mazelas anestesiantes
Perfuro-cortantes
Líquidos gotejantes
Comprimidos brilhantes
Cigarros incendiantes
Cachimbos incitantes
Necessidades viciantes
Confusos em instantes
Jamais como eram antes
Mortos logo adiante

27 março 2014

Mãos...

Não haveria um novo dia, nem outro dia...
Se não fossem pelas batalhas constantes!
Palavras flutuando na mente, em forma de frases complexas
Questões sem respostas, vazios, ecos
Avassaladoras menções, sem sentido
Tudo aqui, tudo ali... logo, adiante
Vislumbra-se o futuro e chama-se a verdade
E ela não é nem amiga, nem aliada
Rompe a jornada ao lado
Trilhando um caminho, apenas um caminho 
Que pode levar à exaustão
E é quase uma inimiga
A que fortalece e instiga à guerra
Não declara derrotas nem vitórias
Apenas convida para batalha
Guerreando lado a lado
Tudo se transforma em solos
Meio triste, estéril, mudo, desfocado
Tocando os extremos: sonho e realidade
Desequilibrando e anuviando os sentidos
Medo e desespero despertos
Intrusos, ingratos, não acolhidos
Ficam margeando o caminho
Tentando assombrar cada passo
Declara-se o não a tudo que possa nos deter
Traçam-se planos, mensurando possibilidades
Aceitando probabilidades, vitórias ou derrotas
Indo simplesmente a diante
Destemidamente, bravamente
E assim prosseguindo...
Embora a vida pareça às vezes escapar pelas mãos
De mãos dadas é mais fácil caminhar
Sempre existe alguém pra te cuidar
Te lembrando que o chão não é seu lugar!

23 março 2014

Sombras

Sombras se movem crepitantes
Revelando-se em breves lampejos
No breu da escuridão
Aquecem-se ao luar das almas
E vagam calmas
Deixando pegadas no chão
No subterrâneo das vidas perdidas
Uivantes sussurros de miserabilidade
Estendem seus braços buscando redenção
E flamejantes se revelam
Na alvorada de seus anseios
Despertando sem nenhum receio
Tendem a se precipitar
Em suaves gotas de cristais
Que brilham em luzes artificiais
Se despedaçando ao cair no chão
Como um sentimento triste
Que frustra o coração
E o sol há de ofuscar
Sombras geladas que tentam se dissipar
Na escura alameda verdejante
Apenas um sórdido calmante
Se dissolvendo num copo de dissabor
Sem saber se sofria de dor ou amor...
E assim adormeceu
E mais um dia acabou