29 março 2014

Vícios

Absurdos delirantes
Químicos pulsantes
Impostores farsantes
Protagonistas e coadjuvantes
Prazer inebriante
Mazelas anestesiantes
Perfuro-cortantes
Líquidos gotejantes
Comprimidos brilhantes
Cigarros incendiantes
Cachimbos incitantes
Necessidades viciantes
Confusos em instantes
Jamais como eram antes
Mortos logo adiante

27 março 2014

Mãos...

Não haveria um novo dia, nem outro dia...
Se não fossem pelas batalhas constantes!
Palavras flutuando na mente, em forma de frases complexas
Questões sem respostas, vazios, ecos
Avassaladoras menções, sem sentido
Tudo aqui, tudo ali... logo, adiante
Vislumbra-se o futuro e chama-se a verdade
E ela não é nem amiga, nem aliada
Rompe a jornada ao lado
Trilhando um caminho, apenas um caminho 
Que pode levar à exaustão
E é quase uma inimiga
A que fortalece e instiga à guerra
Não declara derrotas nem vitórias
Apenas convida para batalha
Guerreando lado a lado
Tudo se transforma em solos
Meio triste, estéril, mudo, desfocado
Tocando os extremos: sonho e realidade
Desequilibrando e anuviando os sentidos
Medo e desespero despertos
Intrusos, ingratos, não acolhidos
Ficam margeando o caminho
Tentando assombrar cada passo
Declara-se o não a tudo que possa nos deter
Traçam-se planos, mensurando possibilidades
Aceitando probabilidades, vitórias ou derrotas
Indo simplesmente a diante
Destemidamente, bravamente
E assim prosseguindo...
Embora a vida pareça às vezes escapar pelas mãos
De mãos dadas é mais fácil caminhar
Sempre existe alguém pra te cuidar
Te lembrando que o chão não é seu lugar!

23 março 2014

Sombras

Sombras se movem crepitantes
Revelando-se em breves lampejos
No breu da escuridão
Aquecem-se ao luar das almas
E vagam calmas
Deixando pegadas no chão
No subterrâneo das vidas perdidas
Uivantes sussurros de miserabilidade
Estendem seus braços buscando redenção
E flamejantes se revelam
Na alvorada de seus anseios
Despertando sem nenhum receio
Tendem a se precipitar
Em suaves gotas de cristais
Que brilham em luzes artificiais
Se despedaçando ao cair no chão
Como um sentimento triste
Que frustra o coração
E o sol há de ofuscar
Sombras geladas que tentam se dissipar
Na escura alameda verdejante
Apenas um sórdido calmante
Se dissolvendo num copo de dissabor
Sem saber se sofria de dor ou amor...
E assim adormeceu
E mais um dia acabou