24 agosto 2007

A Verdade da Mentira

Mil palavras não escritas
Denunciam que a verdade nunca foi dita
Pra contar essa história
Falamos a verdade baseada nas mentiras
Que usamos sempre para ilustrar
Nosso passado imperfeito
Que insiste em nos incomodar
Para provar nossa inocência
Fingimos que nunca fizemos mal
Porque hoje o que a gente quer
É simplesmente diferente, não é nada igual.
O que ficou no passado, estava então errado
E o que era tão ruim, era tão normal.
Contamos a verdade que criamos
Acreditando ser nossa mentira perfeitamente real.
Somos tão inocentes...
Como aqueles que culpamos por todo o mal.
O que nós projetamos, foi o que sonhamos
E no final tudo se tornou tão banal
O que passamos não estava em nossos planos
E nos fez acreditar que fazíamos o mal.
Não há crime, também não há perdão
Nem há sentença para o que acontece no coração.
Não há razão, não há solução
Porque andávamos distantes, sempre há quilômetros do chão.
Vivemos num presente impertinente
Tentando agarrar um futuro diferente.
Aprendendo a esperar, a conseguir e a terminar
Brincando de sorrir somente para nos iluminar.
Sem toda aquela impaciência a nos dominar
Sem nenhuma voz a nos questionar.
Mas ainda não sei como essa história vai terminar
Apenas sei que somente hoje eu vou me perdoar.

10 agosto 2007

Caminho

Labirintos virtuosos se estendem nessas galerias
Subdividem-se em ruelas
E vão correndo a lugar nenhum
Encruzilhando-se nas avenidas
Dispersando-se os caminhos
Levando ao ponto de partida
Brindando-se a uma despedida.
Alamedas que se desenham
Convidando a pisá-las
Caminhante, estranho destino,
Não aponta o fim do caminho
O que se há de ser, repentino.
Esquinas cinzentas, meio-fio desenhado,
Acostamento calado
Placas mudas, vazias.
Passos apressados, praças frias,
Rotina, melancolia.
Destino? Caminho?
Mais um dia passeando
Nesses caminhos humanos
De sonhos mundanos
De incertezas constantes
De inseguranças acenando
Somente um dia a mais
E amanhã... tanto faz.

Minha Metade

Sonho bom de minha mente
Corpo que minha alma sente
Um chão que às vezes me falta
Um abraço que me envolve
Uma alegria que me domina
Um presente que eu alcancei
Uma pele que me completa
Um olhar que me domina
Um prazer que me encontra
Uma luz que me ilumina
Um degrau que me conduz
Uma mão que me leva
Um vazio que me despedaça
Uma lacuna que me preenche
Um corpo que me aquece
Um humor que me contagia
Um jeito de ser que me transforma
Um amigo que me diverte
Um homem que eu amo

Oculto

Às vezes tento compreender o todo,
Mas é impossível penetrar no seu mundo,
Nesse caixa de pensamentos e lembranças
Que se tranca e não se revela.
Queria pertencer a esse mundo truncado,
Complexo e intraduzível.
Decodificar o olhar vazio e preenchê-lo
Fazer parte das angústias e aflições
Para transformá-las em soluções e sonhos reais
Tornando o impossível em possível.
Queria ser um ombro, um sustento,
Para suportar o desmoronamento contido e existente
Que habita longe de meus olhos,
No apagar das luzes de um quarto estreito.
Queria ser o amparo da queda eminente
Enxugar toda a lágrima,
Até mesmo aquela que insiste em não cair
Queria ter o poder de dissipar as nuvens más que se formam
E no seu rosto estampar o sol durante o dia
E as estrelas durante a noite
E nelas enxergar e imprimir essa felicidade que te falta
Voltar aos anos que se passaram e estar a cada minuto do seu lado
Andando à sua frente e te mostrando o caminho
Para impedir que caísse nos abismos que já te consumiram
E se no caminho você tropeçasse,
Estaria lá para te consolar e afastar mais rápido qualquer dor.
Mas eu não estava...
E hoje a única alternativa que tenho para sempre ver o teu bem,
É absorver tudo o que te machucou
Fazendo você esquecer o que já passou
E enxergar o presente maravilhoso que conquistamos
Deixando o futuro para amanhã quando ele chegar
E for apenas mais um dia de conquistas
E de nova vida, ainda que imperfeita, muito melhor.

22 fevereiro 2007

Matemática de Mim

Reproduzo-me, multiplico e somo,
O que há de sonho e desejo,
O que há de vir e ficar.
Divido o que não entendo,
Medo, angústia e solidão.
Subtraio o mal, filtrando nas veias da verdade
O que é ruim, purificando
E transformando o que sobra, em esperança.
Faço equações que têm sempre resultado positivo
Adicionando números esquecidos e inventados,
De fantasia e imaginação.
Tenho a raiz quadrada, presa ao chão como árvore,
Com números infinitos e uma vírgula apenas,
Separando o certo do incerto.
Às vezes sou uma dízima periódica repetitiva,
Tentando me separar em boa ou má.
Sou uma prova real testada e aprovada, comprovada.
Às vezes, sou correta, outras tenho que recomeçar em números e esquemas.
Para provar que estou errada e me corrigir.
Sou um conjunto completo e equivalente a tantos outros,
Mas há dias que me torno vazia,
Procurando um número que me some e,
Me faça ser de novo pelo menos uma.
Sou álgebra exata, nem sempre simples,
Às vezes precisando de cálculos diversos para ser entendida, compreendida.
Às vezes sou um número negativo,
Experimentando multiplicar-me com uma numeração igual,
Tocando o mal, para virar o bem e ficar acima do zero,
Sendo um número positivo novamente.
Sou uma taboada decorada e todo mundo sabe como eu sou, multiplicando-me.
Sou um número cardinal e nem sempre sou primeira,
Gentilmente ficando em segundo lugar,
Para dar passagem aos demais.
Pessoas me fazem ser um zero, e lentamente,
Vou escalando entre o zero e o nove e consigo me tornar dez.
Às vezes sou um dois e me divido,
Numa operação exata, mas me torno uma:Feliz e outra: nem tanto.
Sou um parênteses em aberto,
Aguardando ser preenchido.
Há dias que preciso ser colocado ao quadrado e ao cubo,
Para virar várias e, sendo uma
Ir para todos os lados, conseguindo fazer o que precisa ser feito.
Sou um número numa página,
Sou a página com uma história que é só minha.
Sou a numeração de um livro e as páginas que organizo,
São uma fronteira divisória entre o que ficou esquecido, e o que ainda irá se acrescentar.
Sou da matemática, infinita e do poeta, apenas enquanto durar.
Às vezes sou concreta, mas ainda teimo muitas vezes em ser abstrata.
Sou tudo e me converto em nada, pois nem sempre quero ser percebida.
Sou as gotas do oceano, os grãos de areia, as estrelas, os fios do cabelo,
A ser contado com exatidão, sendo infinita em aflições e desesperos.
Sou um número tentando ser compreendido entre todos os outros.
Vou somar, subtrair, multiplicar e dividir, e quando fizer a prova real,
Quero que o resultado seja apenas algo de bom,
Que tenha valor e que se acrescente a tudo.

18 fevereiro 2007

Somos

Fluido leve na alma toma conta de mim
Essa luz da tua aura, é pra me dizer que sim
Voa o corpo na mente impaciente, inconsequente querer...
Estar aí do teu lado, só pra te satisfazer!
Minutos apenas nos separam, será q vai me querer?
Quando dá o estalo na alma, quero ir voando te ver
É que esse meu jeito explícito, implícito, de te querer...
Ás vezes me rouba a calma e me faz enfurecer
Procuro sua boca nos sonhos, pra me preencher
Sou evasiva, invasiva, vazia, artista, criança travessa, o correto às avessas
E vim só te entorpecer!!!
Somos corpos carentes, iguais, felizes e quentes
Que quando se tocam da choque, pra gente enlouquecer
Somos seres normais, anormais esquisitos e diferentes
Um cini-mistério, comédia, sem critério, continente, hemisfério
Somos carentes, amantes, inocentes, transparentes, afluentes
Amando, testanto o quanto de tanto de amor que se tem pra seguir em frente...
A noite me cobre de escuro, você vem me cuidar
Quando calo minha boca e fico de bico é só pra te provocar...
Fico com cara amarrada, irada, pra na continuação, abraçar o teu corpo e sentir o teu tesão
Sentada ao teu lado na mesa, tomando cerveja, não canso de rir,
De me divertir, de sonhar de viver e de me permitir
A esquecer o mal, ruim, o errado, o triste só para corrigir
As horas que estavam erradas no relógio e não pude notar
Mas agora só 24 horas ao teu lado não vão me contentar...
Somos seres normais, anormais esquisitos e diferentes
Um cini-mistério, comédia, sem critério, continente, hemisfério
Somos carentes, amantes, inocentes, transparentes, afluentes
Amando, testanto o quanto de tanto de amor que se tem pra seguir em frente...

17 fevereiro 2007

Sonoterapia

Feche os olhos
Recostado num lugar macio
Distancie os barulhos de sua mente
Imagine um lindo vale
Pequenas árvores, água correndo
Crianças correndo descalças
O cair da noite
As primeiras estrelas
Uma linda lua
Um brisa leve
Um calor gostoso
E sonhe... sonhe
Sonhar é a melhor forma de ser feliz
Mesmo com a mente distante
Mesmo sem se lembrar ao acordar
Sonhar ainda vale a pena
Dormindo, acordado
Domine seus pensamentos
Pense nas coisas boas,
Faça uma oração
Converse com o bem, com seu Deus
Não peça nada, apenas conte-lhe sobre você
E de repente abrirá os olhos
Verá que o dia já é bem vindo
E que há mais uma chance de fazer tudo dar certo
A não ser que alguém não lhe permita ser feliz
Livre-se dessas pessoas
Seja você, sem precisar de pilares para se apoiar
Se apoiando apenas no que você acredita
E seja feliz, e assim seja!

Refrões Vazios

São apenas refrões vazios
Feitos de palavras distorcidas,
Sem sentido, sem vida.
Tudo está obscuro,
Trancafiado em algum lugar.
A visão é turva, sinto-me cego
A tatear a verdade, as certezas,
E um mapa que me indique o caminho.
E mais uma vez estou perdida,
Alucinadamente perdida...
Correndo por paredes brancas
Sem portas, sem fim ou começo
Aprisionada pelos meus sentimentos
Ferida por frases rudes, que só eu ouço
Julgando-me o quanto inútil é a minha incapacidade
Só sei amar, só sei fazer o bem
Mas tudo é nada, portanto, insuficiente
Como suprir os desejos?
Os meus, os seus, os do mundo?
Tentativas de perfeição reverteram-se em erros incorrigíveis
Nenhuma lavagem cerebral teria poder de cura,
De apagar meus sentimentos
De diluir minha mágoas
E você? Pessoa que tento fazer feliz
Dê-me pistas, ajude-me...
Não a ser uma pessoa melhor,
Mas ensine-me a fazer o bem que você precisa ter
Guie-me como um cego, porque hoje é como me sinto
Sem conseguir enxergar mais nada.
Onde estão meus erros, que me dilaceram a alma?
Existirão acertos, coisas boas?
Ou ficou apenas um imperdoável lamento
Pelos males que fiz que conseguiram obstruir
O grande bem que vim fazer?
Cumpro minha missão a cada dia
Rasgando a pele, ingerindo os venenos da vida
Saboreando as palavras rudes,
Fingindo que tudo vai bem.
Hoje vou dormir mais uma vez
E acordar pela manhã, fingindo que estou num parque de ilusões
Que tudo está bem, que meu sorriso é verdadeiro
E quem sabe convença os que me conhecem
Porque aqueles que não fazem parte da minha vida
Acham que minha felicidade é tão grande que posso emprestá-la
Bom se isso fosse verdade... mas não emprestaria se a tivesse!
Daria toda ela e ainda mais,
Mesmo sabendo que não sou capaz e que aqui,
Apenas mora uma tristeza de proporções mortais
Que me impede de ser, quem eu um dia já fui

17 janeiro 2007

NO BAR

TO AQUI NESSE BAR PRA TE SERVIR
PRA TE OLHAR PRA TE SORRIR
ABRO A GELADEIRA E O QUE VOU PEGAR
PEDRAS DE GELO PARA DECORAR
DOSES DE UÍSQUE QUE VOU TE DAR
UMA TEQUILA PRA VIAJAR
ESSE LIMÃO TA MUITO AZEDO
PONHA UM SAL PRA PERDER O MEDO
DOSES A MAIS POSSO CONSEGUIR
CONHEÇA A TYMNHOSA PRA SE DIVERTIR
ÁLCOOL É BOM PARA SENTIR
AS PERNAS BAMBAS E A VOZ
ENROLADA... SUA RISADA FICA MAIS ENGRAÇADA
BEBE DEMAIS MAS NÃO VÁ DIRIGIR
LÁ VEM A LOIRA AO TEU LADO SENTAR
TA BEM GELADA PRA SEDE MATAR
COM COLARINHO PARA ENFEITAR
TOMA ESSE COPO PARA SEGURAR
OUTRA GELADA EU VOU LÁ PEGAR
UM MARTINI PARA ADOÇAR
UM VINHO LEVE PARA EMPURRAR
AQUELA VODKA QUE NÃO DIGERIU
CREME DE MENTA PARA ESVERDEAR
ESSE FÍGADO QUE COMEÇA A INCHAR
UMA CACHAÇA EU JÁ TO AFIM
MAS ESSA DOSE TA BARATA DE MAIS
OLHA O CONHAQUE DAQUELE RAPAZ
PEGA UM IGUAL PARA TOMAR
JÁ NÃO AGUENTO COMEÇO A GIRAR
QUE MISTURANÇA EU VOU VOMITAR
OLHA A RESSACA QUE NÃO QUER PASSAR
JÁ VAI OUTRO DIA E EU VOU ENTRAR
PRA TE SERVIR...
NAQUELE BAR

AS HORAS

AS HORAS TEM PASSADO
TUDO TEM PASSADO
NUM RITMO FRENÉTICO E ESTRANHO
NÃO ME POUPO DE VER OS RELÓGIOS
SOMANDO SEMANAS, MESES, ANOS
NÃO ME CANSO DE VER A IMAGEM REFLETINDO
EXPRESSÕES NOVAS QUE SURGEM INUSITADAMENTE
OLHEIRAS, DEFORMIDADES, EXPRESSÕES BEM MARCADAS
É UMA JORNADA LONGA E INEXPLICÁVEL
QUE GOSTARIA DE ENTENDER
QUAIS OS MOTIVOS E A NECESSIDADE DE CADA UM DE NÓS ESTARMOS AQUI
GOSTARIA DE ADIVINHAR A HISTÓRIA
COMO ELA TRANSCORRE E COMO ELA TERMINA
ÀS VEZES INSISTO EM AGIR SOBRE O TEMPO
MODIFICAR OS RUMOS, TRANSPOR O ÓBVIO
MUDAR ALGUMA COISA QUE SEJA IMUTÁVEL
MAS É UMA LUTA PATÉTICA E INÚTIL
ONDE A CURIOSIDADE ME CONDUZ
A AGONIA DO QUERER SABER O FINAL DA HISTÓRIA
ME MOTIVA A TENTAR DOMINAR MINHA PRÓPRIA VIDA
E CADA VEZ MAIS ENTENDO QUE ELA NÃO ME PERTENCE
QUE SOU UM AGENTE PASSIVO DO TEMPO
QUE SOU, ESTOU E DEIXAREI DE EXISTIR
APENAS UMA MICRO PARTÍCULA DO COSMO
QUE ESTÁ AQUI PARA CONTRIBUIR, SOMANDO COM OS DEMAIS
EM ALGUM MOMENTO, COM UM OLHAR DE CONFORTO
UMA FRASE ESTIMULANTE, UM ABRAÇO CONSOLADOR
UMA DOAÇÃO DE ESPERANÇA PARA ALGUÉM QUE TENHA MENOS QUE EU
E SE REALMENTE FOR SOMENTE ISSO
A MINHA SATISFAÇÃO É NUMEROSA
POR SABER QUE AO MENOS EM ALGUMA FRAÇÃO DE SEGUNDO
FIZ ALGUÉM ASSISTIR UM MOMENTO FELIZ AO MEU LADO

NÃO QUERO DORMIR

EU TENHO MEDO DE SONHAR
ESSE SONHO NOTURNO
COM OS OLHOS BEM FECHADOS
E O CORPO ADORMECIDO
QUANDO EU TO NO ESCURO
E ESTÁ TUDO DESLIGADO
PODE SER SONHO BOM
OU ATÉ PESADELO
EU NÃO POSSO ESCOLHER
NEM SAIR CORRENDO
TORÇO PARA ACORDAR
E REZO PRA NÃO DORMIR
ENQUANTO INSONES TOMAM REMÉDIOS
EU TOMO CAFÉ PRA FICAR NESSE TÉDIO
E NÃO CAIR
NA TEIA DOS SONHOS
SÓ GOSTO DE SONHOS
QUE TEM NA PADARIA
QUE ME ENCHEM DE ALEGRIA
NA GLICOSE DO GLACÊ
TAMBÉM GOSTO DOS SONHOS
DOS PLANOS DO QUE PEÇO PRA ACONTECER
A NOITE É UMA CAPA ESCURA
QUE APRISONA AS MENTES
A CAMA É DE TORTURA
E VEM ENTORPECER
ATÉ SOFÁ É LOUCURA DEITADO
VENDO UM FILME CHAPADO
NÃO QUERO ADORMECER
QUERO VIVER DE OLHOS ABERTOS
MESMO SABENDO QUE O MUNDO É INCERTO
QUERO ESCOLHER COMO QUERO VIVER
QUERO ESTAR COMO EU QUERO SER
SEM VENDAS, DIRIGINDO DO BANCO DE TRÁS
AQUELES PESADELOS, NÃO QUERO MAIS
NÃO QUERO SONHAR QUE BEIJO OUTRA BOCA
QUERO ESTAR COM A MENTE LOUCA
MAS QUERO QUE O DIA VOLTE A NASCER
VENDO ESTRELAS CAINDO E O SOL SUBINDO
QUERO VIVER
ACORDADO ESTOU, ACORDADO QUERO ESTAR
QUERO VIVER SEM TER QUE SONHAR
PISCAR OS OLHOS SEM TER QUE FECHAR
OLHANDO O MUNDO SEM IMAGENS QUE VOLTAM...
DO MEU PASSADO!!!
BABY, EU QUERO, BABY
QUERO ESTAR SEMPRE AO TEU LADO
BABY, EU QUERO BABY,
ACORDADO AO TEU LADO
SEMPRE ACORDADO

04 janeiro 2007

The End

Quando a escuridão enfim chegar
E os olhos se fecharem definitivamente
Quero habitar aquele novo mundo
Vestida de branco, deitada em flores
Levando nos braços o cheiro e a pureza do jasmim
Se alguém lembrar, quero The End tocando...
Essa é a ida que não exige volta
O descanso eterno.
E quando eu estiver lá,
Com o corpo inerte, ausente de vida
Estarei observando calmamente
Aquela cena patética...
As pessoas olhando, algumas choram
Outras conversam sobre assuntos diversos
E eu ali, tentando ouvir o Doors e sentindo o cheiro do Jasmim
Ainda presa aos que me invocam
Clamando pela liberdade que está tão próxima
Deixem-me ir, já não sou eu mesma
Nem ao menos meu corpo me pertence
Sou algo entre o nada e o mundo físico
Presa numa fina teia de sentimentos confusos
Que me sustenta ainda e não me deixa sair
Que me aprisiona nesse último momento de lucidez
E eu estou ali, esperando pacientemente que aqueles que me amam
Aceitem que a vida é um ciclo... e que termina
Que o fim é doce, a conclusão da estada
O vitória sobre a jornada.
My only friend The End...

Depondo sobre...

Transcende as palavras, atemporal.
Veio antes, chegou depois, mas veio...
Já estava lá, intrínseco na minha alma, apenas esperando reconhecimento.
Quase 30 anos, encontrei!
Está, ficou e estará sempre, na vida, na lembrança e unidos por algo maior, inexplicável, mas se fosse tentar traduzir, descreveria apenas com uma palavra: AMOR
Ditador da minha felicidade, se não está, a graça se perde e retorna calmamente com o seu humor, com a sua paciência, com a sua compreensão, que se não existisse, não conviviria com sentimentos tão adversos, particulares ao ser humano, classificaria e conjugaria como: SER HUMANO
Reacionário, movimenta as opiniões, difunde seus ideais, como humano seria: LIDERANÇA
Descrevendo o que tenho a depor, seria aquele que enxerga mesmo no escuro, que jamais fecha os olhos aos erros e aos acertos, se pertencesse ao reino animal, seria: UMA CORUJA
Farmacológicamente embevecendo aos que se deleitam com sua existência, deveria ser vendido sem receita, da minha vida seria: A CURA