28 dezembro 2006

Farmácia

O corpo frio derrama suor
Apático funcionamento do corpo
Dores e dissabores
Intervenção branca de células
Que convivem no epicentro da ciência
Questionadas pelas filosofias
De curas e tratamentos
Antibióticos, antinflamatórios
Pílulas e outros acessórios
Convivem na caixinha da farmácia
Guardada nos armários sem eficácia
Prazos de validade a vencer
Doenças que não se curam até se morrer
Químicas misturas insignificantes
Imitam o organismo mas não são semelhantes
Placebos mentirosos ao cérebro
Tentativas de te levar ao necrotério
Tomam-se remédios a todo instante
Mas todos acabarão no cemitério

25 dezembro 2006

Caminheiro Caminhante

Eu sempre exagerei um pouquinho
No percurso, no caminho, mas eu, sou eu
Procurei o meu destino, ele teimou e se escondeu
Fui andando pela estrada com a mente perturbada
Às vezes meio desligada e a vida me esqueceu
Então eu fico aqui pensando enquanto estou caminhando
Que ali naquele lugar...
Ninguém vai estar me esperando
Só quem estiver voltando, mas não vai adiantar.
He he he he então eu sigo esse caminho
He he he he nem ligo para essa coisa de destino
O que importa é sempre continuar
Aquela pedra onde eu mais tropecei
Tomei nota e por lá nunca voltei
Aquele tombo que levei em outro lugar
Foi bom pra eu acordar e poder levantar
E para a rota eu voltar
He he he he então eu sigo esse caminho
He he he he nem ligo para essa coisa de destino
O que importa é sempre continuar
De saco cheio eu passeio sem parar
Quando eu canso sento para descansar
Às vezes empaco e não saio do lugar
Mas essa linha não tem fim?
Quem é que vai mostrar pra mim?
Bom seria se fosse fácil assim
He he he he então eu sigo esse caminho
He he he he nem ligo para essa coisa de destino
O que importa é sempre continuar
Hoje não estou com pressa
O fim nem me interessa
Então a vida continua
E ainda é uma festa
Eu vou ali e aqui quem sabe passe também por lá
Mas me diz se algum dia eu termino pra contar?
He he he he então eu sigo esse caminho
He he he he nem ligo para essa coisa de destino
O que importa é sempre continuar

15 dezembro 2006

Quem manda é o coração

Horas que se arrastam num ponteiro agoniante
Passos desacelerados que não nos levam adiante
Cenas repetidas de um mundo entediante
Questão de opinião, sei que a minha é irrelevante

Mas eu falo o que penso sem ter nenhum pé atrás
Nesse mundo tão indgnante sei do que eu sou capaz
E o que eu falo e faço pra você é "tanto faz"
Mas eu digo meu amigo, você também não é bom rapaz

Pra que a perfeição? Se quem manda é o coração
Não é uma pretensão alterar sua emoção
E te dar, o sonho da paixão
E te mostrar que é capaz de fazer do fim a sua realização

Não sei por que eu tento entender
Mas vou dizer minha sugestão é o melhor pra você
Nesse mundo a felicidade é por sua própria conta e risco
Eu não perco nenhum segundo e vejo tudo quando eu pisco

As cenas que você tenta apagar
São um pause, um break que eu quero projetar
Não adianta edição nem cortes do que já passou
Você tem que enteder que você se superou

Pra que a perfeição? Se quem manda é o coração
Não é uma pretensão alterar sua emoção
E te dar, o sonho da paixão
E te mostrar que é capaz de fazer do fim a sua realização

Tento te dar as mãos
Tento de levantar
Sendo do jeito que sou é assim que eu sei amar
Se não tem solução por que insiste em procurar?

Pra que a perfeição? Se quem manda é o coração
Não é uma pretensão alterar sua emoção
E te dar, o sonho da paixão
E te mostrar que é capaz de fazer do fim a sua realização

02 dezembro 2006

Você

A luxúria das noites e do cheiro de sua pele
Me transportam para a terra do antigo éden
As palavras ditas aos meus ouvidos
São gestos nocivos que me perturbam
Seu sarcasmo denigre meu coração
Sua frieza me perturba
E sua distância me distrai
Tento andar pela avenida expressa de sua existência
Mas existem caminhos em que não me encontro
Me disperso entre a multidão do seu mundo
E fico entre os muros da inexistência
Querendo satisfazer seus anseios
Esquecendo-me dos meus
E meu mundo se extingue
No momento em que passa a ser seu
E a minha docilidade se desintegra
Quando o cítrico ácido do dissabor
Se torna tenra tortura
Iludindo meus mundos paralelos
Obstruindo meus doces sonhos
E puxando-me à realidade de sua egoísta utopia.

Noite

Brisa de nuvem
Sorriso de estrela
Balanço dos sinos
Escuro da noite

Balada de grilos
Cães que latem
A madrugada que entra
E o sol que não nasce

O dia se foi
Outro virá
Mas essa noite
Não quer terminar

Onde está o sentido
Da ida da vida
Viver sem a paz
Parecendo sozinho

Vou me deitar
Ler minha vida
Pensar nos meus erros
Crucificar meus fantasmas

Mas esse peso não sai
Meu coração não para
Só essa lágrima cai
E essa alma não sara