13 outubro 2012

Hipérbole

Sala inundada em escuridão
Num vazio de mil almas ao chão
Silêncio ecoa vozes mortas em decomposição
De mãos dadas com a linda solidão

Nenhuma luz acende
Meu coração não entende
Nada na vida surpreende
Nem mesmo a alma compreende

Milhões de vozes em coro
Segurando na palma da mão um choro
Desejas à minha felicidade um goro
Principiando com a morte um namoro

Não há tristezas na vida
Não há dor, nem ferida
Lacuna vazia a ser preenchida
Na contramão da minha avenida

Existência de não saber
Viver o todo sem nada ter
Com milhões de mágoas a desvanecer
Para a um sorriso fortalecer

Não há nada de explicação
Apenas rimas em composição
Mais um dia de inspiração
Colocando em letras minha imaginação



 

10 outubro 2012

Amiga

Amiga é um ombro para desabafar
Uma conversa fora para se jogar
Uma tarde para passear
Um segredo para confessar
Amiga é uma brisa num dia de calor
É um coração transbordando amor
É uma jóia rara de grande valor
É alguém que ameniza sua dor
Amiga é alguém que te faz rir
Que te orienta quando você não sabe pra onde ir
É uma companhia para se divertir
Uma irmã que jamais irá partir
Amiga é aquela que te da um toque
Às vezes te da um empurrão
Para que você vá para frente e jamais ao chão
Amiga é uma pessoa querida
Que jamais será esquecida
E que sempre irá morar no coração
E fazer parte de nossa vida
Para mim você é tudo isso
É alguém de quem preciso
Para ser mais feliz e estar sempre lhe contando
O tamanho da minha imensa gratidão

Poema feito sob encomenda, mas inspirado em Gabriela Urbanski

06 outubro 2012

Intolerar

Intolerar, intolerante, intolerância
Ser contrário, repudiar
Não suportar, odiar
Não compreender, ignorar
Impaciência a te maltratar
Insuportar, abominar
A pressa, a rotina
Qualquer coisa entre o acordar e o adormecer
Que faz com que nos tornemos máquinas
Pilotos automáticos
Robotizados, desumanos
Que não vê o outro
Que não respeita o outro
Uma reclamação constante
Velhacos, ranzinzas
Frustrados, mal humorados
Maltratando uns aos outros
Se empurrando,
Atropelando..
Minha intolerância é o não tolerar
Intolerar quem não tolera
Intolerar grosserias
Intolerar misérias da alma todos os dias
Sou intolerante com a falta de amor
Com os ódios, com as raivas
Com os humanos desumanos
Mas perdoo os enganos
Acolho os pedidos de desculpas
Os erros onde não houveram culpas
Mas jamais o que for propositadamente mau
Tão somente o que seja normal
Erros do cotidiano,
Perdoar quem intolerou por engano...
 

01 outubro 2012

Paciência

Aquela calma toda que não me cabe
O saber esperar, aceitar, ponderar, se conformar
Andar devagar, planejar, sonhar
Estar em qualquer lugar, desejar ali continuar
Não tentar fugir, não tentar ultrapassar
Viver calmamente, suavemente
Não se queixar de morosidades
Não correr, não reclamar
Paciência...
Sentir tudo, aceitar tudo
Não esbravejar no trânsito lento
Não ter aquela raiva corroendo por dentro
Calar os lábios em um xingamento
Porque você não tem paciência...
E o tempo todo, todo o tempo
Há uma corrida única
Que se repete diariamente
E queremos estar sempre a frente
Em nossas urgências egoístas,
Em nossos desejos imediatistas
E ela vai ficando pra trás...
Fugindo aliás, sumindo todo dia um pouco mais
Paciência!
Paciência... para abrir os olhos e levantar aos poucos
Paciência para dominar nossos passos,
Para que nossa corrida se torne um doce caminhar.
Paciência para mastigar a rotina,
E sentir o sabor da vida...
Paciência para esperar os momentos certos
Paciência para não magoar ninguém num curto momento de ira
Paciência para ouvir um desabafo que esvazia a alma de um amigo
Paciência para eternizar um minuto de alegria
E não, não tenhamos pressa
A vida não passará por você
Você passará por ela, com calma
Vivendo de corpo e alma
Tendo como prioridade persistências
De imergir todos os dias
Vivendo em grandes alegrias
Suportando-se as urgências,
Limitando-as cada uma, em gentil paciência