22 fevereiro 2007

Matemática de Mim

Reproduzo-me, multiplico e somo,
O que há de sonho e desejo,
O que há de vir e ficar.
Divido o que não entendo,
Medo, angústia e solidão.
Subtraio o mal, filtrando nas veias da verdade
O que é ruim, purificando
E transformando o que sobra, em esperança.
Faço equações que têm sempre resultado positivo
Adicionando números esquecidos e inventados,
De fantasia e imaginação.
Tenho a raiz quadrada, presa ao chão como árvore,
Com números infinitos e uma vírgula apenas,
Separando o certo do incerto.
Às vezes sou uma dízima periódica repetitiva,
Tentando me separar em boa ou má.
Sou uma prova real testada e aprovada, comprovada.
Às vezes, sou correta, outras tenho que recomeçar em números e esquemas.
Para provar que estou errada e me corrigir.
Sou um conjunto completo e equivalente a tantos outros,
Mas há dias que me torno vazia,
Procurando um número que me some e,
Me faça ser de novo pelo menos uma.
Sou álgebra exata, nem sempre simples,
Às vezes precisando de cálculos diversos para ser entendida, compreendida.
Às vezes sou um número negativo,
Experimentando multiplicar-me com uma numeração igual,
Tocando o mal, para virar o bem e ficar acima do zero,
Sendo um número positivo novamente.
Sou uma taboada decorada e todo mundo sabe como eu sou, multiplicando-me.
Sou um número cardinal e nem sempre sou primeira,
Gentilmente ficando em segundo lugar,
Para dar passagem aos demais.
Pessoas me fazem ser um zero, e lentamente,
Vou escalando entre o zero e o nove e consigo me tornar dez.
Às vezes sou um dois e me divido,
Numa operação exata, mas me torno uma:Feliz e outra: nem tanto.
Sou um parênteses em aberto,
Aguardando ser preenchido.
Há dias que preciso ser colocado ao quadrado e ao cubo,
Para virar várias e, sendo uma
Ir para todos os lados, conseguindo fazer o que precisa ser feito.
Sou um número numa página,
Sou a página com uma história que é só minha.
Sou a numeração de um livro e as páginas que organizo,
São uma fronteira divisória entre o que ficou esquecido, e o que ainda irá se acrescentar.
Sou da matemática, infinita e do poeta, apenas enquanto durar.
Às vezes sou concreta, mas ainda teimo muitas vezes em ser abstrata.
Sou tudo e me converto em nada, pois nem sempre quero ser percebida.
Sou as gotas do oceano, os grãos de areia, as estrelas, os fios do cabelo,
A ser contado com exatidão, sendo infinita em aflições e desesperos.
Sou um número tentando ser compreendido entre todos os outros.
Vou somar, subtrair, multiplicar e dividir, e quando fizer a prova real,
Quero que o resultado seja apenas algo de bom,
Que tenha valor e que se acrescente a tudo.

18 fevereiro 2007

Somos

Fluido leve na alma toma conta de mim
Essa luz da tua aura, é pra me dizer que sim
Voa o corpo na mente impaciente, inconsequente querer...
Estar aí do teu lado, só pra te satisfazer!
Minutos apenas nos separam, será q vai me querer?
Quando dá o estalo na alma, quero ir voando te ver
É que esse meu jeito explícito, implícito, de te querer...
Ás vezes me rouba a calma e me faz enfurecer
Procuro sua boca nos sonhos, pra me preencher
Sou evasiva, invasiva, vazia, artista, criança travessa, o correto às avessas
E vim só te entorpecer!!!
Somos corpos carentes, iguais, felizes e quentes
Que quando se tocam da choque, pra gente enlouquecer
Somos seres normais, anormais esquisitos e diferentes
Um cini-mistério, comédia, sem critério, continente, hemisfério
Somos carentes, amantes, inocentes, transparentes, afluentes
Amando, testanto o quanto de tanto de amor que se tem pra seguir em frente...
A noite me cobre de escuro, você vem me cuidar
Quando calo minha boca e fico de bico é só pra te provocar...
Fico com cara amarrada, irada, pra na continuação, abraçar o teu corpo e sentir o teu tesão
Sentada ao teu lado na mesa, tomando cerveja, não canso de rir,
De me divertir, de sonhar de viver e de me permitir
A esquecer o mal, ruim, o errado, o triste só para corrigir
As horas que estavam erradas no relógio e não pude notar
Mas agora só 24 horas ao teu lado não vão me contentar...
Somos seres normais, anormais esquisitos e diferentes
Um cini-mistério, comédia, sem critério, continente, hemisfério
Somos carentes, amantes, inocentes, transparentes, afluentes
Amando, testanto o quanto de tanto de amor que se tem pra seguir em frente...

17 fevereiro 2007

Sonoterapia

Feche os olhos
Recostado num lugar macio
Distancie os barulhos de sua mente
Imagine um lindo vale
Pequenas árvores, água correndo
Crianças correndo descalças
O cair da noite
As primeiras estrelas
Uma linda lua
Um brisa leve
Um calor gostoso
E sonhe... sonhe
Sonhar é a melhor forma de ser feliz
Mesmo com a mente distante
Mesmo sem se lembrar ao acordar
Sonhar ainda vale a pena
Dormindo, acordado
Domine seus pensamentos
Pense nas coisas boas,
Faça uma oração
Converse com o bem, com seu Deus
Não peça nada, apenas conte-lhe sobre você
E de repente abrirá os olhos
Verá que o dia já é bem vindo
E que há mais uma chance de fazer tudo dar certo
A não ser que alguém não lhe permita ser feliz
Livre-se dessas pessoas
Seja você, sem precisar de pilares para se apoiar
Se apoiando apenas no que você acredita
E seja feliz, e assim seja!

Refrões Vazios

São apenas refrões vazios
Feitos de palavras distorcidas,
Sem sentido, sem vida.
Tudo está obscuro,
Trancafiado em algum lugar.
A visão é turva, sinto-me cego
A tatear a verdade, as certezas,
E um mapa que me indique o caminho.
E mais uma vez estou perdida,
Alucinadamente perdida...
Correndo por paredes brancas
Sem portas, sem fim ou começo
Aprisionada pelos meus sentimentos
Ferida por frases rudes, que só eu ouço
Julgando-me o quanto inútil é a minha incapacidade
Só sei amar, só sei fazer o bem
Mas tudo é nada, portanto, insuficiente
Como suprir os desejos?
Os meus, os seus, os do mundo?
Tentativas de perfeição reverteram-se em erros incorrigíveis
Nenhuma lavagem cerebral teria poder de cura,
De apagar meus sentimentos
De diluir minha mágoas
E você? Pessoa que tento fazer feliz
Dê-me pistas, ajude-me...
Não a ser uma pessoa melhor,
Mas ensine-me a fazer o bem que você precisa ter
Guie-me como um cego, porque hoje é como me sinto
Sem conseguir enxergar mais nada.
Onde estão meus erros, que me dilaceram a alma?
Existirão acertos, coisas boas?
Ou ficou apenas um imperdoável lamento
Pelos males que fiz que conseguiram obstruir
O grande bem que vim fazer?
Cumpro minha missão a cada dia
Rasgando a pele, ingerindo os venenos da vida
Saboreando as palavras rudes,
Fingindo que tudo vai bem.
Hoje vou dormir mais uma vez
E acordar pela manhã, fingindo que estou num parque de ilusões
Que tudo está bem, que meu sorriso é verdadeiro
E quem sabe convença os que me conhecem
Porque aqueles que não fazem parte da minha vida
Acham que minha felicidade é tão grande que posso emprestá-la
Bom se isso fosse verdade... mas não emprestaria se a tivesse!
Daria toda ela e ainda mais,
Mesmo sabendo que não sou capaz e que aqui,
Apenas mora uma tristeza de proporções mortais
Que me impede de ser, quem eu um dia já fui