28 dezembro 2008

Desejos

Desejo uma vida plena
Com abraços fortes diários
Beijos apaixonados uma vez ao dia
Uma palavra carinhosa por semana
Um obrigado de reconhecimento quinzenal
Um eu te amo ao mês
Um sorriso ao invés de repreensão
Paciência quando a minha se esgotar
Mãos que me sustentem quando eu tropeçar
E que eu jamais vá ao chão.
Que sempre exista alguém que me ouça
Nos bons e maus momentos e sobretudo nos maus
Tenha palavras que me tragam de volta a realidade.
Que a verdade reine absoluta mesmo quando ela ferir
Que a esperança cure feridas na perspectiva de dias melhores
Que a coragem domine o corpo quando este estiver cansado
Que a força destrua o desânimo
Que afaste a desesperança
Que se eliminem maus pensamentos
Que bons hábitos invadam o coração
Que palavras doces sejam sussurradas aos ouvidos
Ditando frases que façam a vida ter mais sentido
Desejo que a vida esteja sempre se transformando
Que a rotina se transforme em novidade
Que o mau humor seja motivo de piada
Que dores sejam curadas pelo olhar de uma criança
Que pés descalços pisem a terra
Que o vento fresco balance os cabelos
Que o sol ilumine o verde das árvores
Que a chuva regue o solo seco
Que as nuvens tenham formas de desenhos
Que a lua ilumine os telhados
Que estrelas se reflitam nos olhos
Que o amor esteja acima de todas as coisas
E que perdoem-se aqueles que trazem tristezas no coração
Desejo que façamos planos
Que os dias sejam cada vez mais longos
Em nossas vidas que a cada dia se tornam mais curtas
Desejo amar mais do que tudo
E se puder ainda desejar mais alguma coisa
Desejo ser amada, amparada e entendida por aqueles que mais amo
E que tudo o que deseje se transforme apenas em realidade

20 dezembro 2008

Aprisionada

Seu egoísmo cala a minha liberdade
Repreende meus desejos
Castiga meus sonhos
Aprisiona minha felicidade
Tudo o que te peço me nega
Tudo o que desejei vi desmoronar
Seria isso o amor?
Passo as horas e imaginar
Quem fez dos meus dias tristes penas
O que me torna tão triste
O que me faz pensar em desistir da vida
Sou eu mesma minha própria carrasca?
Seria eu mesma a causadora de tantas aflições?
Me aprisionei em mim mesma?

Quem de nós...

Seu egoísmo fere a minha liberdade
Desejo seu amor mas tudo o que me oferece é uma suave dor
Tento compreender, reinvento meu viver
Penso que me transformo no que você quer
Decepciono-me vendo que não posso ser
Vivo numa isolada prisão
Passo as horas a esperar sua companhia
Enquanto estás sempre em outros lugares
Com outras pessoas
Outras vidas, outros desejos
Tento ainda entender
Porque finges estar ao meu lado
Se estando aqui parece impossível te ver
Merecia mais, merecia ser feliz
Tentei e dei o melhor de meus dias
Fui buscar tudo o que sonhei e não guardei pra mim
Tudo o que eu tinha eu dei a você
E hoje eu vejo que nem ao menos obrigado vou ouvir
Parece que nada vai passar de um adeus e um fim
E quem sabe um dia eu consiga entender o que deu errado
O que te faltou
Ou se apenas era você a pessoa errada
Quando eu apenas consegui enxergar fracassos em mim mesma...
Afinal quem de nós falhou

18 outubro 2008

Olhos Vazios

Profundo vazio preenche lacunas em um branco pálido que emana de seus olhos, revelando toda a desesperança de um guerreiro abatido nas entrelinhas do cotidiano em que se deixou sufocar pela derrota de um sonho estilhaçado que foi ao chão.
Fracasso árduo que paralisou os menores e melhores sonhos e fez os grandes nunca mais existirem.
Às vezes perdido a vagar por paredes, geralmente rente ao chão, parece até que esses olhos tão vazios vão se encher tão somente de lágrimas, quando o que procuram na imensidão do nada, é apenas alguma explicação que lhe redima de tantas culpas a se infiltrarem nas entranhas de sua alma.
Esses olhos, mesmo quando tentam celebrar um sorriso, nesse mesmo rosto que os abrigam, timidamente sucumbem ao carregado cansaço que se abateu pela frágil vida. A vida que recebeu e parece ser ignorada em dias que corroem sua estranha existência, que se transformou em uma pesada pena a ser cumprida perpetuamente, fazendo todos os dias iguais, um fardo a ser carregado.
Quantas coisas deixadas para trás por esses olhos que preferem ignorar sonhos, esperança e a vida que das melhores maneiras esteve esperando para levá-los a caminhos jamais percorridos pelo medo e pela decisão de viver apenas observando a paisagem sem jamais ter a coragem de tocá-la ou experimentá-la.

As Paredes

As paredes contam histórias pra distrair minha solidão.
Falam de suas memórias que viveram bem rentes ao chão.
Falam de cortinas balançando, abafando histórias de paixão
Contam sobre o silêncio e das penitências pagas em oração
Contam dos risos histéricos, provocados por alucinação
Falam de dois amantes, de beijos suados de luxúria e sedução
De amores passados na cama, que morreram por desilusão
Me dizem que são quatro, irmãs siamesas que temem demolição
Que não gostam de reformas, mas que têm esperança de ganhar nova decoração
Castigadas se feriram para abrigar quadros, com marteladas sem reclamação
Me distraem velando meu sono, vigiando minha respiração
São cúmplices do meu cansaço, me olhando deitada no chão
Amanhã contarão outra história, pra quem ouvir com maior atenção
Paredes são testemunhas esperando para fazer a grande revelação.

Fazer o que?

Eu não sei onde estou nem sei se aqui é meu lugar.
Não sei pra onde vou nem sei onde deveria estar.
Se estou aqui fazer o que?
É melhor me contentar e começar a viver.
Se hoje não deu baby fazer o que...
Ainda tem amanhã pra gente tentar aprender.
Um universo de descobertas para explorar
Tem coisa que nem me passa pela cabeça, mas amanhã pode rolar
Se hoje mesmo chorei lembro que ontem foi bem legal
Amanhã tudo pode estar certo não há como tudo ser mal.

Fazer o que?
Esperar e viver!
Cada dia e cada segundo pra aprender
Tudo está bem ou tudo está mal
O que importa é que não vou ter outro dia igual.

Os meus olhos já vêem um dia melhor
Fazer o que baby, temos que derramar o suor
Ganhar o pão todo o dia mutilando os ossos
Descansa o corpo na noite e você aqui
É muito bom ser assim, ter você pra mim.
Nem que o dia massacre
A noite vem pra me pagar
Nada é fácil confesso, nem sei no que vai dar...

Fazer o que?
Esperar e viver!
Cada dia e cada segundo pra aprender
Tudo está bem ou tudo está mal
O que importa é que não vou ter outro dia igual.

21 junho 2008

Trocados

Por favor alguém me dê um tostão
Para comprar sonhos novos
Pra fazer revolução
Alguém me dê uns trocados
Pra inventar minha paz
Pra ter caminhos iluminados
Alguém me dê somente um vintém
Pra eu contar minha história
Que não faz mal a ninguém
Alguém me dê um centavo
Que eu to precisando
Respirar algo novo
No egoísmo do dinheiro
Que não pode me comprar
Mas que pode apenas financiar
Um veículo imaginário
Que me leve para além do real
E é pra lá que eu tenho que ir buscar o que é meu
Porque o que é meu está muito além
E aqui não adianta procurar
Moedas espalhadas no chão
Trocadas por apenas um tostão
É meu ingresso
Pro teatro da confusão
Mundo imáginário
Fumaça densa enchendo o pulmão
De pura contradição
Essa bebida derramada na minha alma
Inunda a cabeça e pulsa meu coração
Esmolas doadas de mau grado me servem
E nem interessa a ninguém
Mas eu vou conseguir
Esses poucos trocados aos poucos juntados
Vão pagar minha fiança e vou ser feliz
Maldito dinheiro, maldito dinheiro

31 março 2008

Hoje

Frio que fere a alma
Na distância de dias passados
Presente que escapa das mãos
Entrelaçadas esperanças
Tropeçando em sonhos
Levantando nas manhãs
Com o pesar do tempo estampado nos olhos
Dia que passa...
Estacione o amanhã por favor
Não quero fugir do futuro
Mas o presente já está tão ausente
Que peço apenas mais uma dose do passado
Ta compensando a ausência?
Reparou o que te faltava?
Cicatrizou aquela ferida?
Esqueceu as suas mágoas?
Pega um pouco do tempo e aprisiona
Não deixa nada mais te escapar das mãos
Não deixa que o frio te gele
Que te resfrie o medo de querer
Descongela esse teu sonho
Congela esse teu doce medo
Adivinha onde vamos
Estamos indo ali
Só por hoje e só agora,
Brincar de viver...

22 janeiro 2008

Relato

Devaneios uivantes caminham em uma mente vazia
Solitária concretização de pensamentos estilizados
Transformados em inspirada imaginação
Fuga em massa de neurônios cantantes
Saltitando queimados em fogueira passando a inexistência
Massa cinzenta amolecida repousante não estrutura
O impulso elétrico não transmite a partícula, do nada em que não habita
Vazio de íons em despolarização
Eloqüente e delinqüente não transpõem à exatidão
O sim, o não decisões aparentes
Perguntas freqüentes seguem adiante, vão em frente
Tropeço do recomeço palavras distorcem e criam o avesso
Tormento triste, um lamento existe
Ponta do lápis quebrada, frase que não desiste
Fato, confissão, desabafo, confusão
Relato de uma prisão, pavor traiçoeiro do temido não.