17 fevereiro 2007

Refrões Vazios

São apenas refrões vazios
Feitos de palavras distorcidas,
Sem sentido, sem vida.
Tudo está obscuro,
Trancafiado em algum lugar.
A visão é turva, sinto-me cego
A tatear a verdade, as certezas,
E um mapa que me indique o caminho.
E mais uma vez estou perdida,
Alucinadamente perdida...
Correndo por paredes brancas
Sem portas, sem fim ou começo
Aprisionada pelos meus sentimentos
Ferida por frases rudes, que só eu ouço
Julgando-me o quanto inútil é a minha incapacidade
Só sei amar, só sei fazer o bem
Mas tudo é nada, portanto, insuficiente
Como suprir os desejos?
Os meus, os seus, os do mundo?
Tentativas de perfeição reverteram-se em erros incorrigíveis
Nenhuma lavagem cerebral teria poder de cura,
De apagar meus sentimentos
De diluir minha mágoas
E você? Pessoa que tento fazer feliz
Dê-me pistas, ajude-me...
Não a ser uma pessoa melhor,
Mas ensine-me a fazer o bem que você precisa ter
Guie-me como um cego, porque hoje é como me sinto
Sem conseguir enxergar mais nada.
Onde estão meus erros, que me dilaceram a alma?
Existirão acertos, coisas boas?
Ou ficou apenas um imperdoável lamento
Pelos males que fiz que conseguiram obstruir
O grande bem que vim fazer?
Cumpro minha missão a cada dia
Rasgando a pele, ingerindo os venenos da vida
Saboreando as palavras rudes,
Fingindo que tudo vai bem.
Hoje vou dormir mais uma vez
E acordar pela manhã, fingindo que estou num parque de ilusões
Que tudo está bem, que meu sorriso é verdadeiro
E quem sabe convença os que me conhecem
Porque aqueles que não fazem parte da minha vida
Acham que minha felicidade é tão grande que posso emprestá-la
Bom se isso fosse verdade... mas não emprestaria se a tivesse!
Daria toda ela e ainda mais,
Mesmo sabendo que não sou capaz e que aqui,
Apenas mora uma tristeza de proporções mortais
Que me impede de ser, quem eu um dia já fui

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