10 agosto 2007

Oculto

Às vezes tento compreender o todo,
Mas é impossível penetrar no seu mundo,
Nesse caixa de pensamentos e lembranças
Que se tranca e não se revela.
Queria pertencer a esse mundo truncado,
Complexo e intraduzível.
Decodificar o olhar vazio e preenchê-lo
Fazer parte das angústias e aflições
Para transformá-las em soluções e sonhos reais
Tornando o impossível em possível.
Queria ser um ombro, um sustento,
Para suportar o desmoronamento contido e existente
Que habita longe de meus olhos,
No apagar das luzes de um quarto estreito.
Queria ser o amparo da queda eminente
Enxugar toda a lágrima,
Até mesmo aquela que insiste em não cair
Queria ter o poder de dissipar as nuvens más que se formam
E no seu rosto estampar o sol durante o dia
E as estrelas durante a noite
E nelas enxergar e imprimir essa felicidade que te falta
Voltar aos anos que se passaram e estar a cada minuto do seu lado
Andando à sua frente e te mostrando o caminho
Para impedir que caísse nos abismos que já te consumiram
E se no caminho você tropeçasse,
Estaria lá para te consolar e afastar mais rápido qualquer dor.
Mas eu não estava...
E hoje a única alternativa que tenho para sempre ver o teu bem,
É absorver tudo o que te machucou
Fazendo você esquecer o que já passou
E enxergar o presente maravilhoso que conquistamos
Deixando o futuro para amanhã quando ele chegar
E for apenas mais um dia de conquistas
E de nova vida, ainda que imperfeita, muito melhor.

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