25 novembro 2011

O corpo

Amabilidade se foi
A doçura se queimou
A fé jamais existiu
A dor somente aumentou
O amor se transformou
A alegria, por hora, descansou
O riso por enquanto sumiu
E a vida se desencantou
O sol ficou fosco
As nuvens passeiam por aí
Queria ter tantas coisas
E tudo que queria é não estar aqui
Filetes de sangue correm nas veias
Transpiram tanta emoção
Circulam pelo corpo inteiro
E jamais chegam ao coração.
Paixão, desilusão, decepção, mutilação
O corpo sempre em conflito
Guerreando com a mente, com a alma e a emoção
Ninguém comanda esse corpo
Que transita pela vida vazia
Tristemente se locomove sem rumo
Toda hora, todo dia
Não se sabe onde quer ir
Onde vai chegar
Apenas luta freneticamente
Para não se entregar, para se reerguer
E continuar a guerrear
Combate todo dia a si mesmo
E se derrota vivendo sem ganhar. 

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