23 março 2014

Sombras

Sombras se movem crepitantes
Revelando-se em breves lampejos
No breu da escuridão
Aquecem-se ao luar das almas
E vagam calmas
Deixando pegadas no chão
No subterrâneo das vidas perdidas
Uivantes sussurros de miserabilidade
Estendem seus braços buscando redenção
E flamejantes se revelam
Na alvorada de seus anseios
Despertando sem nenhum receio
Tendem a se precipitar
Em suaves gotas de cristais
Que brilham em luzes artificiais
Se despedaçando ao cair no chão
Como um sentimento triste
Que frustra o coração
E o sol há de ofuscar
Sombras geladas que tentam se dissipar
Na escura alameda verdejante
Apenas um sórdido calmante
Se dissolvendo num copo de dissabor
Sem saber se sofria de dor ou amor...
E assim adormeceu
E mais um dia acabou

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